Muitos conseguem; milhões estão conseguindo. Outra vez, falando em milhões, há um numero inimaginável de brasileiros que não tem noção do grau de violência que se apossou da sua cidade, seja nos prédios mais sofisticados, seja nos ambientes de periferia. Somos um país violento. Talvez para cada mil pessoas boas tenhamos uma violenta e marginal. Mas já é demais.
Há, porém, um poder de organização da marginalidade que prejudica profundamente o país. Para fazer um muro, às vezes levam-se dois a três meses, mas alguém pode pichá-lo em dois minutos. É sempre mais fácil desorganizar, demolir, detonar ou pichar do que construir. Basta um cidadão violento para explodir um prédio que trezentos construíram. Essa é infelizmente a força tremenda do mal. Há cidadãos que não têm a menor noção do grau de sofrimento a que expõem os outros.
Milhões de brasileiros, para não falar do mundo com seus bilhões de sofredores, não têm liberdade para decidir contra a violência. Estão encurralados. Isso não vai mudar tão cedo. Mas mudará quando de fato nos preocupamos em lutar para que todos tenham o mínimo necessário para uma vida digna e humana.
Enquanto não tivermos noção do sofrimento da maioria da população do planeta e da maioria do nosso país, não podemos dizer que sabemos o que é viver.
Pe. Zezinho
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