terça-feira, 16 de junho de 2009

O que é a síndrome da morte súbita?

Morte súbita é toda morte inesperada, cuja causa é natural, ou seja, não acidental. É importante entender que o termo morte súbita é amplo e não se restringe à criança no seu primeiro ano de vida, por isso é importante se referir aos casos infantis como Síndrome da Morte Súbita da Infância, ou ainda SIDS. Esta sigla vem do inglês, mas pode ser entendida em português como Síndrome Infantil da Defunção Súbita. A razão de preferirmos utilizar SIDS como designação deste problema é isolar esta forma de morte das demais mortes súbitas. A SIDS é uma morte súbita, ou seja, inesperada, porém que permanece INEXPLICADA mesmo após a autópsia e todos os demais exames, enquanto que morte súbita pode ser explicada após adequada investigação. Fica mais fácil de entender com exemplos.


Uma criança de quatro meses é encontrada morta no leito sem que houvesse nenhuma alteração anterior que pudesse indicar que isto ocorreria, portanto é uma morte súbita, já que é inesperada. No entanto, a autópsia revela que a criança apresentava uma inflamação no coração, chamada de miocardite, decorrente de uma infecção viral qualquer, que se manifestava apenas como um resfriado. Isto pode ocorrer, apesar de incomum. Todos sabem que um simples resfriado não mata, por isso não se esperaria que a criança fosse morrer, daí justificando a morte inesperada. Este caso não pode ser classificado como SIDS, porque há uma justificativa para a morte.

Uma outra criança, também de quatro meses, é encontrada morta, porém a autópsia e todos os exames feitos não encontram nada que justifique esta morte. Este caso é, portanto, uma morte inesperada como a anterior, porém inexplicada. Esta é a verdadeira SIDS.

Por definição, SIDS é a morte INESPERADA de criança MENOR DE UM ANO de idade que permanece INEXPLICADA após AUTÓPSIA e EXAMES.

Quais as causas?

Não existem causas para a SIDS, mas fatores de risco. Se econtramos uma causa, a morte deixa de ser INEXPLICADA, portanto não é SIDS. Fatores de risco são todas aquelas circunstâncias que se sabe que são mais comuns nos casos de SIDS, sendo o principal fator de risco DORMIR DE BRUÇO.

Outros fatores de risco são mães fumantes ou mesmo a criança ficar em um ambiente em que pessoas fumam, crianças que nasceram com peso baixo, ter até seis meses de vida, principalmente entre trê e quatro meses, ser do sexo masculino, excesso de agasalhamento, época fria do ano, presença de resfriado e outros fatores menos comuns.

Fator de risco não significa que a criança vá morrer, mas apenas que é mais comum nas crianças que morrem de SIDS. O principal fator de risco é, sem dúvida, colocar a criança para dormir de bruços. Por quê? Não se sabe ao certo, mas isto já foi demonstrado no mundo todo. Na medida em que as crianças não eram mais colocadas para dormir de bruços, a frequência de SIDS caía, independentemente de outras medidas. Há várias suposições para tentar explicar esta fato, como o aumento da dificuldade em respirar pelo peso do próprio corpo, aumento da temperatura corporal e obstrução nasal são as mais importantes.

A recomendação atual é que as crianças não sejam colocadas para dormir de bruços, de barriga para cima ou de lado. A idéia de que dormir de barriga para cima aumenta a possibilidade de aspiração de leite pelo refluxo ou vômito não se justifica, porque estas são crianças normais. Somente quando há uma justificativa de risco aumentado de aspiração, como acontece nos prematuros, nas crianças com problemas cerebrais graves, nas que têm diagnóstico de refluxo, é que se deve mudar a posição de dormir.

Existem sintomas?

Não. A SIDS caracteristicamente acomete crianças normais. É possível que algumas crianças apresentem um quadro em que pareçam que vão morrer, mas se recuperam até que em um destes eventos não há volta. Isso não é comum, mas mostra que, possivelmente, essas crianças apresentem condições que favorecem a SIDS.

A posição em que o bebê dorme pode ser um fator agravante?

Por definição, a SIDS ocorre até a criança completar um ano, porém a maior parte dos casos ocorre entre os três e quatro meses de vida, sendo que 95%, ocorrem até os seis meses. Portanto, o risco de SIDS diminui com o crescimento da criança.

Quais são as dicas para os pais se prevenirem?

Em primeiro lugar, lembrar que a SIDS é rara, ou seja, a absoluta maior parte das crianças que não têm uma doença conhecida vai sobreviver. Não se deve ficar paranóico com a idéia de qua qualquer criança pode morrer subitamente. Quanto mais novinho o bebê tanto mais irregular é a sua respiração, por isso não se deve ficar assustado ao ver que o bebê está respirando irregularmente, já que é normal. As principais dicas para a prevenção são: NÃO colocar o bebê para dormir de bruço; NÃO agasalhar excessivamente; NÃO fumar e NÃO permitir que fumem no ambiente em que está a criança; conversar abertamente com o pediatra do seu filho sobre as suas angústias, porque ele poderá esclarecer o que é real e o que é apenas apreensão excessiva

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FONTE: Idmed

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